Texto por Anderson Awvas

Uma breve reflexão sobre o termo "FOLCLORE"

Quando criei o projeto “Folclore BR: Uma Nova Visão” a ideia era compreender o que significava o termo folclore e a sua importância. Com o tempo, as ideias foram mudando e hoje o foco é construir pontes e estabelecer diálogos honestos sobre os temas que envolvem cultura, em especial a brasileira que é tão diversa e complexa.

Dúvidas sobre o termo folclore surgem a todo momento no ciclo de interesses da internet, assim como muitos equívocos na busca pelo entendimento geram ruídos que deixam as coisas ainda mais difíceis e, algumas vezes, causam um certo desconforto nas pessoas que estão estudando o assunto de forma mais profunda. Essas pessoas, assim como eu, acabam entrando em parafuso quando se deparam com certos dilemas que não possuem o menor fundamento em grande parte das vezes.

Está tudo bem!

São assuntos complexos que dependem de leituras que muitas vezes são de difícil acesso físico ou teórico, linguístico ou acadêmico, mas precisamos tomar cuidado ao levantar certas bandeiras que podem estar servindo como um desserviço à nossa própria causa. Acredito que precisamos ter atenção para evitar o apagamento de certos saberes populares que não compreendemos em prol de outras formas de saber que lemos como mais reais, ao mesmo tempo que pregamos a diversidade de saberes.

Estou constantemente pensando em formas de melhorar essa comunicação e sempre procuro ser o mais didático possível nesse caminho que trilhamos em busca da maior compreensão do folclore. Muitas vezes nossos assuntos por aqui (em lives e podcast) estão muito adiantados, pois ja debatemos mas cabe alertar sobre o pensamento de certas estruturas de diálogo, principalmente com a chegada de novos seguidores por aqui.

Quando falamos de folclore falamos de diferentes povos, de memória, de identidade, de permeação de saberes, de diversidade cultural, pluralidade de ideias e pensamentos, buscamos histórias, assimilações, cruzamentos, resistência, raízes, ancestralidade... as formas de sentir, pensar e agir de qualquer tipo de grupamento humano. Um fenômeno comum do Sudeste é que, apesar do folclore estar presente nas nossas vivências mais sensíveis, nos limitamos a falar de mitos, lendas e atuar ativamente na manutenção da diminuição do que pertence ao âmago da sociedade.

Sei que muitos chegam até o meu projeto buscando expandir sua coleção de mitos e lendas, mas parte do projeto trabalha justamente em expandir o entendimento do folclore e mostrar que esses personagens podem servir como forma de enxergar nossas raízes. Espero que entendam e aguardem por novidades nesse sentido.

Estou sempre de braços abertos para o diálogo, mas entendendo que ele nunca não pode ser uma via de mão única.